sábado, 23 de março de 2019

SOMOS YANKEE

Se alguma dúvida havia, agora não há mais. Ao visitar os EUA, em especial a agência de inteligência do governo daquele país (CIA), o novo presidente do Brasil escancarou a vassalagem. Mostrou ao mundo que o governo do Brasil está nas mãos do presidente dos EUA e da CIA e que o gigante brasileiro tem um presidente borra-botas. Chefe de estado que honra a sua nação e dignifica o elevado cargo que ocupa jamais solicita audiência a um funcionário subalterno da administração pública de outro país. Existem níveis de poder e autoridade que devem ser respeitados nas relações internacionais. À audiência com o chefe da CIA era mais apropriado o comparecimento do chefe do serviço de inteligência brasileiro, não o do ministro da justiça e muito menos o do presidente da república.   
A citada audiência é mais uma evidência de que, nesta década, a CIA conspirou, ensinou o caminho das pedras à direita brasileira, planejou a derrubada do governo Rousseff, o assassinato político do ex-presidente Lula e a ascensão do candidato da extrema-direita ao governo federal. [O capitão elegeu-se com 57 milhões de votos, porém, 89 milhões de eleitores nele não votaram, sendo que 47 milhões votaram no candidato da esquerda e 42 milhões abstiveram-se].
A República Fascista de Curitiba foi organizada como departamento da CIA no qual operam delegados, procuradores, juízes, inclusive membros do tribunal federal gaúcho e de tribunais superiores. O “modus operandi” encaixa-se na definição de organização criminosa e atenta contra a segurança nacional (leis 12.850/2013, 1º, §1° + 7.170/1983, 1º, I).
O recente acordo celebrado pela Petrobrás com o governo dos EUA, homologado por juíza federal de Curitiba, envolvendo vultosa quantia em dólares para beneficiar financeiramente entidade privada dos procuradores do ministério público federal, bem demonstra o comportamento ilícito dessa gente. Quando trocou a carreira de magistrado pelo cargo de ministro da justiça do governo Bolsonaro, o juiz Sérgio Moro deixou inequívoca a sua parcialidade e a sua conduta indecorosa à frente da operação lava-jato. Na sua tendenciosa judicatura, o referido juiz beneficiou o atual presidente do Brasil quando, em processo judicial fraudulento, condenou o mais forte e popular candidato à presidência da república. Como prêmio, o juiz recebeu o ministério da justiça e ainda poderá receber, de lambuja, cargo de juiz do supremo tribunal.
Embora bem escondida, toda mentira um dia vem à luz. Não há mal que sempre dure. No passar das horas, o perfume se evanesce. A carta branca dada ao ministro ex-juiz já apresenta rasuras. O presidente da república vetou o nome da pessoa que o ministro ex-juiz indicara para integrar órgão colegiado. O ministro ex-juiz foi figura decorativa na visita do presidente aos EUA. A pretensão do ministro ex-juiz de acelerar os trâmites do projeto que apresentou ao Legislativo foi rechaçada pelo presidente da Câmara dos Deputados (20/03/2019). O projeto busca legalizar procedimentos adotados na operação lava-jato. Isto significa que o ministro, quando era o juiz dos processos criminais, tinha plena consciência de que aqueles procedimentos eram ilegais e abusivos. Agente da CIA, o ministro ex-juiz, que lá esteve como cicerone do presidente da república brasileira, quer introduzir práticas judiciais estadunidenses estranhas ao sistema jurídico nacional.     
Yes, we are yankee.
Desde o governo Temer, o Brasil cedeu a sua soberania e passou a integrar a união norte-americana. A atitude do atual presidente do Brasil ao visitar os EUA confirma a integração e acrescenta mais uma estrela à bandeira dos EUA (março/2019). Somos o Alasca do Sul. A bandeira do Brasil, com a qual muitas vezes se cobriram pessoas hipócritas, moralmente imundas, foi lançada no vaso sanitário. O presidente brasileiro prostrou-se diante do presidente yankee e colocou o Brasil no patamar dos estados vassalos.
Os militares brasileiros apoiaram o golpe planejado pelo governo daquele país e executado no Brasil à semelhança do que ocorreu no Paraguai. Os oficiais brasileiros mostraram, mais uma vez, submissão ao comando dos oficiais estadunidenses. O exército, a marinha e a aeronáutica do Brasil prontificam-se a proteger os interesses e negócios das corporações privadas e do governo dos EUA na América do Sul.
A grande parcela do povo brasileiro que desprezava os militares na ditadura, agora tem novo motivo para desprezá-los e cuspir no chão em que eles pisam. Oficiais da ativa e da reserva que se dizem nacionalistas e patriotas são, na verdade, entreguistas, subservientes, tietes do sistema de defesa dos EUA, invejam os oficiais e as instituições militares daquele país. Os oficiais das forças armadas, como sustentáculos do títere entronizado no palácio do planalto, exigem aumento do soldo e reforma do seu especial regime previdenciário. Querem receber pelo serviço prestado que possibilitou a eleição do capitão do exército. Deviam reivindicar esse aumento à CIA e ao presidente dos EUA, a quem eles servem. Passariam a receber em dólares. O erário não devia sustentar quem, embora vestindo farda, toga ou terno e residindo no Brasil, está a serviço de outro país.
Os rumos tomados pelo exército brasileiro distanciam-se do patriotismo do Duque de Caxias. Se vivo estivesse, o patrono do exército certamente ficaria entristecido tal como entristecido ficou Santos Dumont ao ver o seu invento utilizado para matar pessoas (desgosto que contribuiu para o seu suicídio).         

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