quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

POESIA



Por esse mar das Antilhas / anda um barco de papel / anda e anda o barco barco / anda o barco sem timão.
Da Havana a Portobelo / da Jamaica a Trinidad / anda e anda o barco barco / e anda sem capitão/.
Uma negra vai na popa / e na proa um espanhol / anda e anda o barco barco / anda o barco com os dois.
Passam ilhas, ilhas, ilhas / muitas ilhas, sempre mais / anda e anda o barco barco / anda o barco sem parar.
Um canhão de chocolate / contra o barco disparou / e um canhão de açúcar açúcar / de açúcar replicou.
Ah meu barco marinheiro / com seu casco de papel! / Ah meu barco negro e branco / ah meu barco sem timão.
Nele vai a negra negra / junto junto ao espanhol/ anda e anda o barco barco / anda o barco com os dois.
(“Um Som para Meninos Antilhados”. Nicolas GUILLÉN. Traduzido por Sérgio Milliet).

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