30/05/2024. Quinta-feira santa para os cristãos; dia profano em calendários de judeus, muçulmanos, budistas, hinduístas, xintoístas.
Trata-se, para a cristandade, da eucaristia instituída por Jesus a fim de manter vivas as lembranças da sua doutrina e da sua experiência terrena. O ato instituidor ocorreu quando os discípulos estavam reunidos na cidade de Jerusalém, em imóvel alugado, conforme instruções do mestre para a realização da ceia pascal segundo os preceitos da religião hebraica. Terminada a ceia, última celebrada por esse profeta hebreu, o pequeno grupo dirigiu-se ao Monte das Oliveiras, ocasião em que o profeta foi preso. No Sinédrio, assembleia de anciãos + sacerdotes + escribas, dotada de autoridade normativa e judicial, o profeta foi julgado e condenado à morte por crime cometido contra as escrituras sagradas (sacrilégio). A execução da sentença (crucifixão) coube à autoridade romana sob cujo domínio se encontrava a Palestina.
Por três vezes, o general romano tentou evitar a execução da sentença condenatória proferida pelo tribunal judeu. Aos brados de “crucifica”, a turba judia insistia na execução. Para quebrar a resistência da autoridade romana (general Pôncio Pilatos) em cumprir a sentença do tribunal, a autoridade judia incluiu, na argumentação, delito político: o profeta se proclamara rei acima do império romano. Finalmente, ante a alegada ação subversiva do profeta, o governador militar se deu por vencido e lavou as mãos. Conduzido por soldados romanos e seguido por aquela turba até uma colina rochosa denominada Gólgota, em aramaico ou Calvário, em latim, o profeta e mais dois condenados foram crucificados.
A última ceia do profeta com o seu grupo foi imortalizada no quadro idealizado e pintado por Leonardo Da Vinci (1452-1519). Saíram da imaginação do artista: as figuras de Jesus e dos apóstolos, a colocação simétrica (seis para cada lado tendo Jesus ao centro), todo o cenário. No século I da era cristã não havia gravura, pintura ou escultura de Jesus, nem dos apóstolos. Eles eram hebreus galileus social e economicamente insignificantes sustentados pela caridade alheia, menosprezados e discriminados pelos habitantes da Judeia. O pequeno grupo vagava do norte ao sul da Palestina, ou seja, da Galileia à Judeia. Mais de mil anos separavam Leonardo da realidade existencial dos hebreus (galileus + judeus) que viviam na Palestina no primeiro século da era cristã (001-100). Na sua obra, o artista valeu-se: (i) da sua inteligência, da sua imaginação e do seu talento (ii) da sua técnica primorosa na arte pictórica (iii) do seu conhecimento da então hegemônica e poderosa religião católica (iv) da leitura dos evangelhos.
Os apóstolos Mateus e Marcos da primeira hora (conviveram com Jesus) e Lucas da segunda hora (não conheceu Jesus) relatam o episódio da ceia pascal nos seus livros contidos na parte cristã da Bíblia (Novo Testamento). Segundo eles, Jesus dividiu o pão entre os discípulos e disse: Tomai e comei, isto é o meu corpo. Depois, passou o copo com vinho a todos e disse: Bebei dele, porque este é o meu sangue. Fazei isto em memória de mim.
O corpo sacerdotal católico denominou essa eucaristia de Corpus Christi (Corpo de Cristo). Dessa comunhão instituída por Jesus, consta não só o corpo, mas, também, o sangue. O profeta distinguiu corpo (matéria) e vinho (alma). Comer a carne e beber o sangue de alguém tipifica canibalismo e vampirismo. As frases acima transcritas têm significado simbólico. Indicam a preocupação do profeta com o esquecimento da sua pessoa e da sua doutrina depois da sua morte. O ritual do pão e do vinho manteria vivas (i) as lembranças do profeta e da sua doutrina (ii) a união dos seus seguidores. Na missa (eucaristia católica) o crente come o pão (hóstia pequena = corpo de cristo) e o padre bebe o vinho.
Sobre a existência real e histórica de Jesus há teorias afirmativa e negativa. Se admitida a existência, ver-se-á: (i) que ele era um profeta hebreu nascido na Galileia, região norte da Palestina (ii) que pregação religiosa e ativismo político se implicavam num movimento reformador da cultura hebraica (iii) que a dimensão mística da sua personalidade revelava um cristo, vocábulo grego que significa ungido, ou seja, alguém untado com óleo sagrado por sua reconhecida força moral e espiritual acima do comum.
A partir do século IV, na Europa, o corpo sacerdotal católico: [1] Adicionou o apelido cristo ao nome do profeta [2] Costurou hímen na mãe de seis filhos, entre os quais achava-se o profeta, com o fito de representá-la como virgem [3] Santificou-a reproduzindo mito de antigas culturas orientais sobre fertilização divina de mulher virgem [4] Estabeleceu dogma da “imaculada conceição” mediante decreto do Papa Pio IX [5] Declarou (i) o pimpolho parido, como sendo filho unigênito de Deus (ii) os irmãos carnais, como sendo primos [6] Atribuiu personalidade a Deus e o rebaixou ao nível humano do profeta como se ambos fossem uma só pessoa, o “espírito santo” servindo de cordão umbilical [7] Inventou “santíssima trindade” à semelhança das trindades de deuses das antigas religiões do Egito, Grécia, Roma e Índia [8] Manipulou textos proféticos da parte hebraica da Bíblia (Antigo Testamento) ao converter Jesus no “messias”.
Enfim, o corpo sacerdotal da igreja católica, desde a sua instituição, adota padrões de precedentes culturas antigas e clássicas, segundo as conveniências. A igreja católica, composta de crentes (rebanho) + sacerdotes (pastores) + templos (catedrais) + doutrina (misticismo), considera a si mesma Mystici Corporis Christi (Corpo Místico de Cristo), organismo cuja cabeça é Cristo, segundo a original construção de Paulo, apóstolo da segunda hora (não conheceu Jesus). O alvo principal da celebração consiste na união mística.
Por três vezes, o general romano tentou evitar a execução da sentença condenatória proferida pelo tribunal judeu. Aos brados de “crucifica”, a turba judia insistia na execução. Para quebrar a resistência da autoridade romana (general Pôncio Pilatos) em cumprir a sentença do tribunal, a autoridade judia incluiu, na argumentação, delito político: o profeta se proclamara rei acima do império romano. Finalmente, ante a alegada ação subversiva do profeta, o governador militar se deu por vencido e lavou as mãos. Conduzido por soldados romanos e seguido por aquela turba até uma colina rochosa denominada Gólgota, em aramaico ou Calvário, em latim, o profeta e mais dois condenados foram crucificados.
A última ceia do profeta com o seu grupo foi imortalizada no quadro idealizado e pintado por Leonardo Da Vinci (1452-1519). Saíram da imaginação do artista: as figuras de Jesus e dos apóstolos, a colocação simétrica (seis para cada lado tendo Jesus ao centro), todo o cenário. No século I da era cristã não havia gravura, pintura ou escultura de Jesus, nem dos apóstolos. Eles eram hebreus galileus social e economicamente insignificantes sustentados pela caridade alheia, menosprezados e discriminados pelos habitantes da Judeia. O pequeno grupo vagava do norte ao sul da Palestina, ou seja, da Galileia à Judeia. Mais de mil anos separavam Leonardo da realidade existencial dos hebreus (galileus + judeus) que viviam na Palestina no primeiro século da era cristã (001-100). Na sua obra, o artista valeu-se: (i) da sua inteligência, da sua imaginação e do seu talento (ii) da sua técnica primorosa na arte pictórica (iii) do seu conhecimento da então hegemônica e poderosa religião católica (iv) da leitura dos evangelhos.
Os apóstolos Mateus e Marcos da primeira hora (conviveram com Jesus) e Lucas da segunda hora (não conheceu Jesus) relatam o episódio da ceia pascal nos seus livros contidos na parte cristã da Bíblia (Novo Testamento). Segundo eles, Jesus dividiu o pão entre os discípulos e disse: Tomai e comei, isto é o meu corpo. Depois, passou o copo com vinho a todos e disse: Bebei dele, porque este é o meu sangue. Fazei isto em memória de mim.
O corpo sacerdotal católico denominou essa eucaristia de Corpus Christi (Corpo de Cristo). Dessa comunhão instituída por Jesus, consta não só o corpo, mas, também, o sangue. O profeta distinguiu corpo (matéria) e vinho (alma). Comer a carne e beber o sangue de alguém tipifica canibalismo e vampirismo. As frases acima transcritas têm significado simbólico. Indicam a preocupação do profeta com o esquecimento da sua pessoa e da sua doutrina depois da sua morte. O ritual do pão e do vinho manteria vivas (i) as lembranças do profeta e da sua doutrina (ii) a união dos seus seguidores. Na missa (eucaristia católica) o crente come o pão (hóstia pequena = corpo de cristo) e o padre bebe o vinho.
Sobre a existência real e histórica de Jesus há teorias afirmativa e negativa. Se admitida a existência, ver-se-á: (i) que ele era um profeta hebreu nascido na Galileia, região norte da Palestina (ii) que pregação religiosa e ativismo político se implicavam num movimento reformador da cultura hebraica (iii) que a dimensão mística da sua personalidade revelava um cristo, vocábulo grego que significa ungido, ou seja, alguém untado com óleo sagrado por sua reconhecida força moral e espiritual acima do comum.
A partir do século IV, na Europa, o corpo sacerdotal católico: [1] Adicionou o apelido cristo ao nome do profeta [2] Costurou hímen na mãe de seis filhos, entre os quais achava-se o profeta, com o fito de representá-la como virgem [3] Santificou-a reproduzindo mito de antigas culturas orientais sobre fertilização divina de mulher virgem [4] Estabeleceu dogma da “imaculada conceição” mediante decreto do Papa Pio IX [5] Declarou (i) o pimpolho parido, como sendo filho unigênito de Deus (ii) os irmãos carnais, como sendo primos [6] Atribuiu personalidade a Deus e o rebaixou ao nível humano do profeta como se ambos fossem uma só pessoa, o “espírito santo” servindo de cordão umbilical [7] Inventou “santíssima trindade” à semelhança das trindades de deuses das antigas religiões do Egito, Grécia, Roma e Índia [8] Manipulou textos proféticos da parte hebraica da Bíblia (Antigo Testamento) ao converter Jesus no “messias”.
Enfim, o corpo sacerdotal da igreja católica, desde a sua instituição, adota padrões de precedentes culturas antigas e clássicas, segundo as conveniências. A igreja católica, composta de crentes (rebanho) + sacerdotes (pastores) + templos (catedrais) + doutrina (misticismo), considera a si mesma Mystici Corporis Christi (Corpo Místico de Cristo), organismo cuja cabeça é Cristo, segundo a original construção de Paulo, apóstolo da segunda hora (não conheceu Jesus). O alvo principal da celebração consiste na união mística.
Nenhum comentário:
Postar um comentário